sábado, 16 de julho de 2011

O Impacto de uma condenação.

Após a vitória em primeira instância, e a previsível recorrência por parte do autor da ação, fui condenado no segundo julgamento.
- Essa é justiça na qual devemos confiar!?
O autor, mentiu descaradamente, e todos as suas mentiras foram rebatidas com documentação comprobatória e testemunhas (inclusive as por ele indicadas).
Num montante de 26 holerites e folhas ponto, assinadas pelo autor e com todos os pagamentos efetuados exatamente conforme, foi encontrado um, um único holerite no qual não foram pagas 4,30 horas extras.
Ocorre que neste mesmo período, havia uma falta de 9 horas que não foi descontada, ou seja, para ajudar ao funcionário, não foi descontada a sua falta de 9 horas, que foi paga com 4,30 horas extras efetuadas alguns minutos por dia, e isto hoje causa a minha condenação como um salafrário que se aproveita de seus funcionários.
Isso causa nojo, e me faz a cada dia mais crer que nenhum homem está preparado para julgar o outro.
O valor acredito, não é alto, mas o impacto que este tipo de decisão causa em alguém que se preocupa em fazer tudo dentro da lei, que respeita seus empregados (sim pois também já fui empregado e sei como gostaria de ser tratado pelos meus patrões) chega a ser doloroso.
Após ler a sentença, a vontade imediata é de mandar todos os outros 35 empregados embora, fechar a empresa e voltar ao mercado de trabalho.
Ajudo este país ingrato, pago em impostos mensais muito mais do que já retirei da empresa em 5 anos, trabalho o dia todo com o coração apertado e a noite tenho insônia, pois nunca sei que órgão governamental (ou não) irá bater em meu portão no dia seguinte com novas exigências ou multas por que a faixa que pintei no piso é da cor amarela e deveria ser branca.
Até hoje, não apareceu sequer um representante do poder público para oferecer uma ajuda, perguntar se a empresa necessita de algum incentivo para gerar mais empregos, aumentar a produtividade, desenvolver novas tecnologias ou coisa que sirva, sou obrigado a treinar e formar meus próprios profissionais, pois esta parece não ser uma função do poder público.
A 7 anos que trabalho diariamente das 8 da manhã até às 9, 10 horas da noite, sábados, domingos e feriados, contribuo para com a sociedade e ajudo meu país a reduzir o desemprego, aumentar a arrecadação e diminuir a dependência do exterior na área em que atuo. O sujeito beneficiado pela pela decisão da sábia desembargadora, infelizmente não posso citar suas atividades, mas posso dizer apenas que se encontra foragido.
Não assisto mais o noticiário, pois não suporto saber que trabalho como um idiota, pagando sofrivelmente meus tributos todos em dia e neste governo asqueroso desfalques de centenas de milhões são tratados como gorjetas ou furto de frutas de um galho que extrapolou os limites da cerca.
Vejo vários empresários que não pagam impostos, não recolhem INSS dos funcionários, não registram em carteira, etc. A impressão que tenho é que, estes sim são um exemplo a ser seguido pois vivem mais tranquilos do que eu e quando a morosa justiça chega até eles, basta fechar uma porta e reabrir outra em seguida e continuar a vida.
Vivemos num país onde quem quer ser direito é quem menos tem direitos.
Preciso voltar ao trabalho, espero este texto possa chegar a alguém que tem poder de decisão ou influencia e que nossos políticos, juízes, desembargadores comecem a ver que o Brasil não é formado apenas por Eikes Batistas, Antonios Hermirios de Moraes, Silvios Santos, Abilios Diniz, Nenês Constantinos, etc, mais também por empreendedores país de família que muitas das vezes ganham menos que seus próprios funcionários e ainda correm o risco de ficar na miséria por uma decisão impensada de de algum juiz.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Quanto tempo durará a Industria Brasileira

Retirei de uma reportagem da Foundry Gate.

Disse o presidente da Kone, Marcelo Cruañem (Kone é fabricante de máquinas-ferramenta)

"Está havendo um processo de desindustrialização no Brasil. Já deixamos de fabricar a maioria dos nossos equipamentos, e dentro de seis meses vamos avaliar se passamos a ser exclusivamente importadores, coisa de que não gostaríamos".

Com as importações, a empresa vem trabalhando "de vento em popa". As vendas, que eram de 50 a 60 máquinas ao mês, saltaram para 270 a 320 unidades. O quadro de pessoal, que nos tempos áureos chegou a mais de 400 funcionários, hoje não passa de 100. Mas a lucratividade triplicou.

"O preço de uma máquina chinesa não paga sequer a matéria-prima no Brasil. O quilo do ferro fundido aqui custa cerca de US$ 3 e eu compro máquina chinesa pronta por R$ 2,5 a R$ 3 o quilo.”

E segundo Silvio Gatelli, gerente da linha de produtos da fabricante de guindastes Madal Palfinger, que também sofre com o preço baixo chinês.

"Os equipamentos chineses custam cerca de 50% menos que os brasileiros. O preço de um guindaste nosso de 30 toneladas é de em torno de R$ 1 milhão; por esse mesmo valor, os chineses oferecem uma máquina de 70 toneladas. Talvez a solução seja importar."

Estas são apenas duas das várias situações que estão ocorrendo em nosso país e poucos analisam que a continuar da forma como está, com o conjunto de custos internos, que só existem no País e oneram em 36,27% a produção nacional de bens de capital comparada com a fabricação na Alemanha. Com a China? É impossível comparar.

Lembro-me da Industria Nacional Britânia que fabricava eletrodomésticos em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, fazia tudo, desde o ferramental para as carcaças de seus produtos até o motor que os acionava. Hoje, apenas cola sua etiqueta em produtos chineses.

Ontem em conversa com um conhecido, descobri que que importar produtos chineses para a comercialização é tributado em 3%, mas se quiser importar algo para industrializar a aliquota sobe para 18%.

Nosso futuro será plantar para dar de comer a chineses e indianos, por que a tendencia é nosso parque fabril definhar até a extinção.

cristo-redentor

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Quem ganha dinheiro no Brasil.

Por vezes quando dirigia-me ao trabalho nos onibus entupidos, ou quando nos feriados viajava para algum lugar perto, ficava observando os carrões de luxo e as pessoas que os dirigiam.
Via aqueles homens e mulheres em seus carros possantes, com os vidros totalmente fechados, alheios ao calor, a fumaça e ao barulho a sua volta. Tinham quase sempre um semblante de despreocupação total, como se estivessem dirigindo em vias de uma dimensão paralela.
A primeira imagem que se formava em minha mente era que aquele sujeito provavelmente seria um empresário, dono de alguma indústria com muitos funcionários.
Hoje, embutido neste meio, a única certeza que tenho é de que empresários da industria em carros de luxo são uma inexpressiva minoria.
Quando há algum dinheiro disponivel, é preciso guardá-lo para atravessar as incertezas no mercado.
Financiamento para adquirir um bem que irá desvalorizar-se tão rápido quanto o tempo de retirá-lo da loja e dobrar a esquina? Nem pensar.
Os vendedores de carros de luxo já sabem que se querem vender, devem procurar profisionais liberais como médicos, advogados, arquitetos, decoradores etc, ou, desportistas e dirigentes principalmente ligados ao futebol e mais precisamente os politicos.
Estou demagogico hoje, mas, é o sentimento que se aflora quando lembro que dia 20 é dia de pagar a DAS (impostos).
Carga Tributária

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Tralha, a profissão do momento.

Empreender nos dias de hoje é um enorme ato de coragem misturado a uma certa dose de insanidade.

Não querendo desencorajar quem quer que seja, mas alguns poréns dessa opção insólita devem ser conhecidos.

Uma das situações mais desanimadoras para qualquer empregador é levar o azar de ter em seu quadro o funcionário tralha.

Devido às mal eleboradas leis Brasileiras, as benesses eleitoreiras de ocasião e a um judiciario pouco preocupado em realmente fazer a justiça, permite que este tipo aproveitador profissional esteja em acensão no mercado.

Receita do bolo de problemas do funcionário tralha.

Contrate o cidadão preferencialmente solteiro e que está parado a pelo menos 5 meses. Ele provavelmente dirá que estava “fazendo bicos”, estudando para concurso público, cuidando da mãe doente ou viajando.

Nos três primeiros meses, você terá um empregado dedicado, que cumpre o horário a risca e se mostra disposto a encarar desafios, aprender novas ocupações e trabalhar de graça se preciso for. Pronto! Passou o periodo de experiencia e ganhou um aumento salárial!!

Após um periodo de seis a oito meses ele voltará a ser o empregado na média, aquele que faz o que é mandado se mandado for. Não demonstra interesse por nada, cumpre seu horário na maior parte do mês, mas, atrasos e faltas começam a aparecer na folha de ponto. Então o bom patrão pensa que ele está precisando de um aumento para recuperar o animo, e é o que ele faz, aumenta o salário do individuo.

O aumento serve para que o tralha se reanime durante os próximos dois meses e depois volte a ser o que sempre foi, um tralha. E assim ele completa o seu primeiro ano de registro.

Com um ano ele já atingiu 70% de seu objetivo e a partir de então o que vier é lucro.

Como um patrão paternal preocupado em manter uma equipe e com aquele maldito sentimento de que “a primeira impressão é a que fica”, você pensa que poderá recuperar aquela ovelha desgarrada, então imaginando que aquele funcionário só precisa de um descanso para voltar a ser no minímo normal, manda-o de férias por um mês para que desfrute de seu salário com abono, mesmo sabendo que ele gastará todo o dinheiro e voltará pedindo um adiantamento.

Ledo engano. Como disse, ele já garantiu 70% de seu intento, e cada mês que passar só irá aumentar esta porcentagem.

A partir do décimo quarto mês este sujeito fará de tudo para tornar a vida do seu empregador um inferno.

Amparado por uma legislação parcial e utilizando-se de pessoas com carater tão baixo quanto o seu, o empregador passará a receber uma avalanche de atestados médicos (penso que alguns médicos deveriam ter um pouco mais de ética) os pedidos de dispensa, atrasos e faltas passarão a ter uma frequência absurda, a dissídia será constante e o desrespeito para com superiores e colegas tornará a convivencia laboral impossível.

Mas….ah, ah…..o patrão possuí algumas penalidades que poderá exercutar, como por exemplo, dar sucessivas advertencias verbais, advertencias escritas, suspensões até que chegue a famigerada “justa causa”!!!

Eu imagino se algum dia, um empregado for flagrado roubando, ofendendo, dormindo em serviço, brigando ou até matando dentro da empresa e seja demitido por justa causa, sem direito a nada e que ingesse na justiça contra a empresa irá perder a causa. Duvido!!!!

Voltando ao tralha…ele tornará tão difícil a sua presença na empresa, que para evitar problemas com os demais funcionários e posteriormente com os advogados trabalhistas, depois de dois anos você acaba por demiti-lo.

Pronto, o mau carater saiu vencedor.

Irá receber o aviso prévio de trinta dias sem trabalhar. (Um prêmio da CLT para os tralhas)

Irá receber um prêmio de 40% sobre o FGTS (mais um prêmio do governo destinado aos maus funcionários..opa o governo leva 10% também e com certeza não é o melhor funcionário que existe)

Poderá sacar sem nenhum impecilho o seu FGTS. (vai tenta sacar o FGTS para pagar uma cirurgia para seu filho)

Ficará cinco meses recebendo o seguro desemprego sem ninguém constestar se está ou não a procura de um emprego.

E ainda, irá entrar com uma ação contra a empresa alegando coisas inacreditáveis, e mesmo calçada de toda a documentação, mesmo cumprido fielmente tudo o que a legislação determina, ainda assim algum juiz irá obrigar a empresa a pagar alguma coisa para este tralha.

Depois de acabar com todas as indenizações e seguro desemprego o tralha irá encarar mais dois anos de registro para depois desfrutar seis a sete meses de vida mansa.

Fica no ar a pergunta:

QUANDO IRÃO CRIAR LEIS QUE DEFENDAM OS EMPREGADORES?

Sugestão para leitura.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Meu Brasil

Resolvi postar minhas desconfianças com relação ao futuro de nosso amado país.
Posso transparecer a imagem de um exagerado pessimista, mas descobri que os otimistas sempre pecam pela falta e eu, prefiro pecar pelo excesso.
Vejo a celebração nos quatro cantos do Brasil com relação ao crescimento industrial, pesquisas indicando aumento da renda e do emprego, ainda hoje ouvi a noticia de que cada vez mais trabalhadores estão se demitindo para mudar de emprego ganhando mais.
Não acredito que esta situação ira perdurar por muito tempo. Talvez chegue até o início do ano que vem, porém, muito em breve estaremos reclamando, saudosos dos tempos do presidente Lula, que o que fez de melhor foi não ter atrapalhado o que já estava em curso.
Não vejo os últimos anos como se estivéssemos voando em céus de brigadeiro. Minha visão é de que perdemos a grande oportunidade de nos tornarmos grandes.
Continuamos com infra estrutura ridícula, que não nos permite crescer acima de 4% ao ano sem que faltem navios, portos, caminhões, estradas, aeroportos, energia e principalmente mão-de-obra.
Alardeia-se que houve "distribuição de renda", eu preferia ter visto uma distribuição de trabalho remunerado e salário digno a quem ensina, distribuição de escolas profissionalizantes de acordo com a demanda de cada região e não um incentivo para não procurar um emprego com o receio de perder a renda mensal certa do bolsa família.
Imagem extraída do Blog do Mario Fortes.