quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Quanto tempo durará a Industria Brasileira

Retirei de uma reportagem da Foundry Gate.

Disse o presidente da Kone, Marcelo Cruañem (Kone é fabricante de máquinas-ferramenta)

"Está havendo um processo de desindustrialização no Brasil. Já deixamos de fabricar a maioria dos nossos equipamentos, e dentro de seis meses vamos avaliar se passamos a ser exclusivamente importadores, coisa de que não gostaríamos".

Com as importações, a empresa vem trabalhando "de vento em popa". As vendas, que eram de 50 a 60 máquinas ao mês, saltaram para 270 a 320 unidades. O quadro de pessoal, que nos tempos áureos chegou a mais de 400 funcionários, hoje não passa de 100. Mas a lucratividade triplicou.

"O preço de uma máquina chinesa não paga sequer a matéria-prima no Brasil. O quilo do ferro fundido aqui custa cerca de US$ 3 e eu compro máquina chinesa pronta por R$ 2,5 a R$ 3 o quilo.”

E segundo Silvio Gatelli, gerente da linha de produtos da fabricante de guindastes Madal Palfinger, que também sofre com o preço baixo chinês.

"Os equipamentos chineses custam cerca de 50% menos que os brasileiros. O preço de um guindaste nosso de 30 toneladas é de em torno de R$ 1 milhão; por esse mesmo valor, os chineses oferecem uma máquina de 70 toneladas. Talvez a solução seja importar."

Estas são apenas duas das várias situações que estão ocorrendo em nosso país e poucos analisam que a continuar da forma como está, com o conjunto de custos internos, que só existem no País e oneram em 36,27% a produção nacional de bens de capital comparada com a fabricação na Alemanha. Com a China? É impossível comparar.

Lembro-me da Industria Nacional Britânia que fabricava eletrodomésticos em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, fazia tudo, desde o ferramental para as carcaças de seus produtos até o motor que os acionava. Hoje, apenas cola sua etiqueta em produtos chineses.

Ontem em conversa com um conhecido, descobri que que importar produtos chineses para a comercialização é tributado em 3%, mas se quiser importar algo para industrializar a aliquota sobe para 18%.

Nosso futuro será plantar para dar de comer a chineses e indianos, por que a tendencia é nosso parque fabril definhar até a extinção.

cristo-redentor

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